De quem é a culpa?

03/09/2020 04:48

Nos últimos dias houve alguns acontecimentos e notícias na imprensa mundial, nacional e local que ainda ecoam até agora. Chamo de Casos, como do George Perry Floyd Jr, afro-americano assassinado em Minneapolis no dia 25 de maio de 2020, estrangulado por um policial branco que ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado. Jacob Blake, baleado pelas costas por um policial branco em Kelosha, no estado de Wisconsin (EUA), os policiais atiraram em Jacob, que levou sete tiros pelas costas, está paralisado da cintura para baixo. Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, morta por disparo à queima-roupa, supostamente acidental, pela sua amiga, no condomínio de luxo Alphaville, em Cuiabá-MT. Sob protesto de servidores, deputados estaduais aprovaram a reforma da previdência em Mato Grosso. As obras do VLT de Cuiabá e Várzea Grande são uma das promessas para a copa do mundo que acabou não saindo do papel. De 2012 até hoje nada. E já foram gastos, mas de R$ 1,5 bilhão, e nós sem saúde, educação e segurança de qualidade. Há um grito nas ruas: De quem é a culpa?

De quem é a culpa? É do ser humano… que não pensou… preferiu agir por emoção em detrimento da razão… no grego há uma palavra para pecado: amartia, ou seja, errar o alvo. Então, se você erra o alvo comete pecado.

Isso tudo me faz lembrar do Gênesis no capítulo 3, livro da Bíblia, onde relata a amartia (pecado) de Adão e Eva, onde um joga o seu erro para o outro. No texto, da Bíblia, Deus disse para o casal “não come do fruto da árvore que está no meio do jardim” A Proposta de Deus era que todos fossem imortais. Mas o casal comeu o fruto proibido, passando a ser mortal. Os dois erraram. É do ser humano sempre culpar alguém.

No caso Jorge Floyd e o Jacob Blake. Erraram os policiais que deveria proteger o cidadão, segundo informações a academia de polícia norte americana é uma das mais treinadas e preparadas do mundo. Ao invés de proteger o cidadão, infelizmente um está morto e outro está paralisado da cintura para baixo.

No caso Isabele Guimarães Ramos. Erraram o empresário, pai, por criar a filha com armas ao invés de conhecimentos e a filha B.O.C., que deveria estar estudando para ser professora, médica, advogada, psicóloga, engenheira, juíza, mas estava com uma arma na mão e infelizmente, aconteceu essa tragédia.

No caso da Previdência do Estado de Mato Grosso. Erraram os deputados, por não perceberem a importância dos servidores públicos. Haja vista, que os servidores públicos existem para servir a sociedade. E que mesmo não sendo valorizados pelos gestores públicos cumpre a sua missão de servir a sociedade com muito orgulho.

No caso do VLT. Errou o cidadão que infelizmente não soube escolher um ótimo gestor público para administração da coisa pública. E aí toda sociedade padece. Mas como escolher? Na época das eleições o cidadão, o eleitor, deve olhar o perfil do candidato, ou seja, ver o passado do candidato, se tem histórico de corrupção, e se tem serviços prestados a sociedade, se é honesto, se tem caráter é nesta linha que devemos escolher o nosso candidato e o nosso gestor público.

Vivemos em uma sociedade em que todos tem o livre-arbítrio (possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante), ou seja, todos somos responsabilizados pelos nossos próprios atos.

Lembrando que no Direito Penal a responsabilidade criminal é personalíssima, ou seja, a culpa não transfere para outro indivíduo.

Uma Verdade, nossas decisões no presente refletirão no futuro e haverá consequências… Até mais…

LUCIANO SOUZA DE ARRUDA é professor, Analista de Desenvolvimento e Econômico e Social, Secretário Geral do SINDES/MT, advogado, filósofo, teólogo e cientista político.